Foi muito bom. Olhar para um cara bonito, bem sucedido, viajado, inteligente e ver que ele é tão normal quanto eu gostaria de ser, apesar de ser soropositivo. Vi o quanto de preconceito (medo!) que tenho com os estigmas da doença...
Fomos tomar um café da manhã num lugar fofo. Sentamos e conversamos loooongamente. Senti desejo por ele. Consegui me ver indo pra cama com ele. Consegui me imaginar tendo contato íntimo com ele. Isso foi uma vitória. Não, duas. A primeira, por superar aquele medo todo de entrar em contato com um (outro) hiv+. A segunda, porque desde o fim do meu namoro, que era um namoro de muita ligação sexual, de pele mesmo, e ainda é difícil me imaginar com outra pessoa. Um tesão louco. Sabe quando a pele da pessoa fica gravada na sua, você não consegue imaginar o seu corpo fazendo sentido se não for no contato com o dela? Então, algo assim. Meu corpo só faz(ia) sentido no contato com o dele.
Na hora da despedida, aquele clima "e então?", mas eu estava quebrado de uma noite de trabalho. E teria mais coisas para fazer naquele domingo. E não queria repetir o padrão de começar (ou nem dar continuidade a) um relacionamento pela cama. Então, ficou aquela despedida de sorrisos amarelos e um sms 10 minutos depois "acho que vou querer repetir...".
Foi muito bom quebrar uma série de barreiras. Foi bom me sentir atraído por outro, com a liberdade de ser declaradamente hiv+. Foi bom sentir que há possibilidade de relacionamento após o hiv.
Não, não me apaixonei nem rolou aquela cooooisa. Mas nem eu espero viver isso de novo, já vivi tantas vezes... E não tenho esse sinal como termômetro. Acho que pode acontecer ou não, mas não é o que define o caminho que tomará um primeiro encontro.
Algo despertou dentro de mim. Não um algo pronto, mas um potencial. E não um potencial totalmente conhecido. Sinto que minha postura frente aos potenciais parceiros mudou. Antes era tudo muito fácil: encontro-cama-outro encontro-cama de novo-e mais cama-namoro...
Não que eu tenha virado
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