quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

a cura do hiv -- ou pelo menos, é o que parece

Essa história já vem rolando há algum tempo, mas na semana passada foi tornada oficial.
Uma descoberta meio que por acaso, eles aproveitaram a situação do paciente para tentar algo e o resultado pode ter sido fruto da sorte, ou seja, o mesmo procedimento aplicado a outros pacientes não poderá garantir o mesmo resultado. Além disso, os riscos eram altíssimos e as complicações não ficaram nada a dever
Em todo caso, é o único caso de cura do hiv reconhecido pela ciência até o momento (os das igrejas evangélicas são ainda um pouco polêmicos...).


Pesquisadores alemães afirmam ter curado portador de HIV

Um grupo de pesquisadores alemães afirmou nesta terça-feira (14/12) ter curado um homem portador do vírus HIV utilizando células-tronco adultas. Este seria o primeiro caso documentado de uma pessoa curada do vírus, que já vitimou milhões de pessoas ao redor do mundo.

De acordo com os pesquisadores, o norte-americano Timothy Ray Brown, de 44 anos, que vive em Berlim, recebeu as células-tronco, retiradas da medula óssea de um doador, para um tratamento de leucemia em 2007. O doador das células tinha uma mutação: não produzia a proteína CCR5, fundamental para a multiplicação do vírus HIV no organismo humano.

Desde então, três anos e meio depois, o norte-americano não toma mais medicamentos para conter o vírus, nem mostra sinais de leucemia. De acordo com os pesquisadores alemães, "os resultados sugerem que a cura do HIV foi atingida nesse paciente", mas alertaram que é imprudente dizer com certeza que se chegou a uma cura para a Aids, pois mais testes são necessários.

A possível cura, porém, só veio depois de muitas complicações e tratamentos de saúde. O homem teve que passar por quimioterapia e receber células-tronco, mas o câncer voltou a aparecer, e mais um transplante de células-tronco foi necessário. Depois de recuperado do tratamento, Brown sofreu complicações neurológicas e teve amnésia e cegueira temporárias, segundo o jornal online The Daily Planet Dispatch. Ele teve de passar por terapias para reaprender a realizar atividades simples como falar e caminhar normalmente.

O estudo foi publicado na semana passada no periódico Blood por pesquisadores do hospital Charité, de Berlim.


Ou seja, não é exatamente um motivo para se comemorar porque oferece pouca perspectiva de se tornar um método amplamente difundido.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

confusões hiv x htlv


Há alguns meses decidi cancelar meu plano de saúde individual e ficar apenas com o da empresa. Para isso, consegui um arranjo interessante: minha médica (particular) vai continuar prescrevendo todos os exames pertinentes ao hiv numa guia do SUS e eu os farei num centro de referência. Os demais exames (hemogramas, colesteróis, açúcares, hepatites etc.) serão feitos pelo plano de saúde da empresa de modo que nunca chegará ao conhecimento deles (a galera do meu trabalho) o meu status. Achei o arranjo bem mais do que satisfatório.
Mas daí, minha médica me pediu para fazer exames gerais (nada de CD4 nem carga viral) num laboratório xyz. E assim o fiz.
Fui ao laboratório em jejum e, seguidos todos os procedimentos padrão, fui chamado para a picada. Antes,já com o braço esticado sobre o apoio, a técnica de vampirismo me pediu para assinar um termo. "Isso é para quê?", perguntei. "Isso é para o exame de hiv", ela respondeu. "HIV?!?!?!?! CA-RA-LHO!!!" não disse, mas pensei. Controladamente, murmurei: "Deve haver algum engano, não foi pedido hiv."
Retornei à recepção e pedi que fosse revisto o pedido. Logo, a atendente, coitada, disse que o pedido era de HTLV-1 e HTLV-2, mas sempre que ela joga no sistema, aparece hiv. Eu falei: "O erro pode até não ser seu, mas esse sistema está causando uma grande confusão e vocês estão fazendo exames de hiv sem necessidade e deixando de fazer os exames certos. E isso é um erro grave, a meu ver." A outra que veio ajudá-la a refazer os pedidos no sistema minimizou minha afirmação e logo me recolocaram frente à frente com a vampira para fazer os exames pedidos, desta vez sem hiv.
Vale esclarecer a confusão:
Em 1984, cerca de um ano após Montagnier (França) anunciar a descoberta do LAV (vírus associado à linfoadenopatia), Robert Gallo (EUA) publicou a descoberta e o isolamento do HTLV-3. Posteriormente se descobriu que o vírus de Gallo (HTLV-3) era geneticamente idêntico ao de Montagnier (LAV). (Wikipedia)

Ou seja, o hiv foi batizado 3 vezes:
em 1983, por Montagnier, como LAV;
em 1984, por Gallo, como HTLV-3;
em maio de 1986, o Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus finalmente determinou que ambos os nomes deveriam ser deixados de lado e resolveram o impasse com um novo nome, o HIV. (aqui, a história dos primeiros anos da aids e do hiv, em inglês).


"Agora, o que diabos é o HTLV?" pergunto eu (e você também deve estar se perguntando).

Lá vai:


O que é vírus HTLV?
Resposta: O vírus HTLV (sigla da língua inglesa que indica vírus que infecta células T humanas) é um retrovírus isolado em 1980 a partir de um paciente com um tipo raro de leucemia de células T. Apresenta dois tipos: O HTLV-I que está implicado em doença neurológica e leucemia, e o tipo 2 (HTLV-II) que está pouco evidenciado como causa de doença.

Todas as pessoas que estão infectadas pelo HTLV-I irão desenvolver alguma doença?
Resposta: Não. A minoria (menos de 1%) dos portadores assintomáticos poderão desenvolver alguma doença. No Japão, por exemplo, 14 em cada 1500 portadores assintomáticos poderão desenvolver a doença neurológica (dificuldade de andar). No caso de leucemia o risco é ainda menor, ou seja, um em cada 10.000 (0,01%) portadores poderá desenvolvê-la ao longo da vida.

Quais os modos de transmissão mais freqüentes do HTLV?
Resposta: O HTLV possui as mesmas rotas de transmissão que outros vírus como vírus da imunodeficiência humana (HIV) e vírus da hepatite C (HCV): pela relação sexual desprotegida com uma pessoa infectada; uso em comum de seringas e agulhas durante a droga-adição; da mãe infectada para a o recém-nascido (principalmente pelo aleitamento materno).

Quais as pessoas que deveriam ser testados para HTLV?
Resposta: Sabendo os modos de transmissão, podemos indicar os grupos que mais poderiam estar expostos a este vírus: pessoas que utilizam (ou usaram) drogas endovenosas onde trocavam seringas ou agulhas, pessoas portadoras de HIV e pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993.

Como se faz o diagnóstico da infecção pelo HTLV-I?
Resposta: Somente por exame sorológico específico para pesquisa de anticorpos anti-HTLV-I/II no sangue. Após os exames de triagem, geralmente utilizando teste de ELISA, existe uma necessidade, em caso deste teste ser reativo (positivo) da realização do teste para confirmar e diferenciar anticorpos anti-HTLV-I e anti-HTLV-II.
(do site sobre htlv)



Entendeu a diferença?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

campanha Fique Sabendo

Deu no site da Band.com.br

Mutirão de testes de HIV atende 200 mil paulistas

De acordo com um balanço da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, 196.113 testes de HIV foram feitos ao longo da Campanha Fique Sabendo 2010. Os exames gratuitos foram feitos ao longo do mês de novembro e superaram em 63% as expectativas iniciais, que indicavam que 120 mil pessoas seriam testadas.

“Esta edição do Fique Sabendo foi um sucesso e a conscientização quanto à importância de se fazer o teste deve continuar após a campanha”, afirma Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids. “É de fundamental importância que as pessoas com vida sexual ativa façam o exame para descobrirem se são ou não portadoras do vírus HIV”, completa ela.

Apuração preliminar dos testes rápidos, que ficam prontos em 15 minutos, realizados em todo Estado aponta a ocorrência de 276 casos positivos de HIV. Os homens são maioria, 71%, com maior prevalência dentro da faixa etária dos 25 a 39 anos. As mulheres representam 29%, com maior prevalência entre os 40 e 49 anos.

Não sei o quanto esta amostra é representativa em relação ao resto da população, mas numa campanha em que quase 200 mil pessoas foram atendidas, os homens respondem por cerca de 0,1% e as mulheres, 0,05% dos resultados positivos. Esses dados são significativos e também se deve levar em conta as faixas etárias prevalecentes em cada grupo, que parecem confirmar a tendência da disseminação entre homens que fazem sexo com homens com menos de 40 anos e mulheres casadas ou com parceiro único.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

hiv e lei penal

Trata-se de um assunto sensível que precisa muito ser discutido amplamente. É óbvio que a transmissão intencional de qualquer vírus ou doença deve ser criminalizada, mas como fazê-lo sem pesar sobre os portadores um grande fardo de preconceito?

Do site da Band.


Seminário em MG trata da criminalização da transmissão do vírus HIV

O Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS de Minas Gerais realiza nesta quinta-feira o Seminário “Criminalização da Transmissão do Vírus HIV e Direitos Humanos”. O evento inaugura a discussão sobre o assunto no Estado.

Foi estabelecida, no Código Penal, pena de três meses a um ano de prisão para quem transmitir o HIV através do ato sexual, tendo consciência que porta o vírus. Uma pesquisa realizada pela Univesidade de São Paulo entrevistou cerca de dois mil médicos. Os resultados mostram que 61% deles defendem a criminalização.

O tema ainda é polêmico. O Ministério da Saúde e algumas organizações não governamentais lutam contra a discriminação de portadores de HIV.

O seminário faz parte da Quinta Semana Nacional de Direitos Humanos e acontece das 9 horas da manhã às 6 da tarde no Auditório da CUT Minas.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Annie Lennox, de novo

momento inspiracional

Foto: Villem Mascarime

AIDS: “não levo a doença como um peso além do que é”


No dia Mundial de Combate à AIDS, Micaela Cyrino luta pela desconstrução do preconceito realizando trabalho com crianças. Ela tem o HIV desde que nasceu. No dia Mundial de Combate à AIDS, Micaela Cyrino luta pela desconstrução do preconceito realizando trabalho com crianças. Ela tem o HIV desde que nasceu

Entre tecidos pintados, Micaela Cyrino, 22, fala de sua vida e de como gosta de desenhar mulheres. “Tudo o que é natural no mundo para mim é feminino”. Com a paixão pela pintura incorporada à agenda cheia, ela se divide entre as aulas na faculdade de Artes Plásticas, o trabalho como professora na Casa de Assistência Filadélfia, na zona Leste de São Paulo, o namoro, sessões de cinema, exposições e o horário da medicação. “São cinco comprimidos, mas já foram 14. Estou numa fase de evolução”, diz. Micaela é soropositivo e contraiu o vírus da AIDS no parto. Seus pais tinham HIV e morreram quando ela tinha 6 anos.

Micaela cresceu sabendo que era soropositivo, convivia com outras crianças que também eram e desde sempre realizava algum tipo de trabalho ligado à prevenção ou esclarecimentos sobre o assunto. Por isso, quando lembra de uma situação que classifica como de preconceito indireto, tirou vantagem. “Eu estava na sétima série e a professora estava ensinando que o HIV poderia ser transmitido através da picada de mosquito. Aí falei ‘não professora, está errado’. Na hora fui para a diretoria. Deu o maior rolo, mas acabei conseguindo um espaço para apresentar aos colegas da sala um teatro de fantoches que contava a história de uma menina com HIV. A professora nunca me pediu desculpas”. No mais, “se sofri preconceito eu não me lembro porque não fez sentido para mim.”

Acostumada a responder perguntas dos colegas da escola sobre sua rotina, a estudante, que cresceu na casa de apoio a crianças com HIV, se considera exceção entre os jovens em relação ao exercício da cidadania, ainda que tenha tido uma infância diferente. “Por mais que, aparentemente, estivesse bem de saúde, precisava ir ao hospital, tomar os remédios na escola. Nessa fase é difícil de aceitar e de entender”, afirma.

Hoje, Micaela é professora de Artes da casa que um dia a abrigou e se vê de outro lado. “É um papel meu dar aula além das artes”. Além das explicações sobre desenhos, lembra algumas crianças da turma que têm HIV que precisam tomar remédio. É nesse momento em que aproveita para falar da importância da medicação. “Tento desconstruir o preconceito explicando e também causando dúvidas nas crianças. Você joga uma coisa um dia e espera ela perguntar no outro.”

Para Micaela, a criança com HIV é sempre muito zelada, muito cuidada, tudo é feito para ela e não com ela e que isso acaba por fazer com que ela não tenha os próprios sonhos e desejos. “Quero mostrar que dá para ser de outro jeito. Acho que comigo foi diferente porque eu gosto de mim e para mim ter HIV é tranquilo. Talvez os outros levem a doença com um peso além do que é. Para mim não.”

A militância de Micaela nessa área acabou por ser natural. Hoje ela é representante nacional da Rede Nacional Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS, que conecta adolescentes infectados de todos os cantos do Brasil para debaterem questões relacionadas ao tema e colocar ações em prática. Viaja para vários lugares do Brasil e do mundo dando palestra, falando sobre AIDS, contando sua história. Na Jamaica, em 2008, conta a experiência que considera a mais marcante. “Eu fui conhecer um projeto lá. Foi emocionante ver que as pessoas não acreditavam que eu falava para todo mundo que eu tinha HIV. Porque lá, quem admite, sofre um preconceito muito grande e até são mortos. Eu falei de mim para pessoas com HIV, foi algo muito forte. Mas aí tem uma questão de pobreza e preconceito maior em relação ao homossexualismo mesmo. Minha vida de exemplo com outras vidas é um probleminha. Porque tem coisas que muita gente sofre que eu nunca sofri.”

Outra vivência entre as mais importantes em sua vida aconteceu há um ano, numa viagem ao Peru. Micaela conheceu o argentino, também ativista, Jeremias Blas La Vega, 19. Com um ano de namoro, os dois têm planos de morar juntos em 2011. La Vega deixa bem claro: “não estamos juntos porque temos HIV, nosso relacionamento é igual a qualquer outro. Apenas nos encontramos no ativismo, foi natural. Precisamos falar isso para lutar contra preconceitos, porque existem muitas dúvidas, e é uma forma de mostrar que somos pessoas normais.”

hiv e drogas


Fora da África subsaariana, o uso de drogas injetáveis é responsável por aproximadamente um em três novos casos de HIV. Em algumas áreas onde o HIV está se espalhando mais rapidamente, tais como a Europa do Leste e a Ásia Central, o uso de drogas injetáveis é a causa principal de novas infecções.
Esta informação me pegou de surpresa, eu realmente não poderia imaginar que a relação entre hiv e as drogas fosse algo tão crítico. Sim, eu sei que o hiv é transmitido através de drogas injetáveis e que os viciados em heroína foram dos primeiros grupos de risco. Mas somente lendo a Declaração de Viena pode-se entender que o buraco é um bocado mais embaixo.

Num momento em que a luta contra o crime organizado está sendo intensificada e o debate sobre a descriminalização de algumas drogas encontra-se prestes a entrar em ebulição, vale a pena refletir sobre estes dados, até mesmo para entender como o o preconceito sobre determinadas minorias pode ser determinante no agravamento do estado em que se encontram.

Vá direto à página de Perguntas e Respostas para entender melhor o que está por trás desta Declaração.

É muito simplista dizer que os usuários de drogas são co-responsáveis pela consolidação do crime organizado em comunidades carentes. A ausência de um Estado forte que garanta os direitos fundamentais de seus cidadãos não pode ser ignorada. Há consumo de drogas em todo o mundo; consequentemente, há tráfico de drogas em todo o mundo. Contudo, não se pode atribuir aos usuários (principalmente os viciados, que são pessoas doentes) a responsabilidade pela dimensão de poder conquistado pelos traficantes nas comunidades carentes das regiões metropolitanas do terceiro mundo.

O que falta é justiça social, distribuição de riqueza e um Estado que se esforce para cumprir a declaração de direitos fundamentais (políticas de educação, saúde pública, bem estar etc.) aos seus cidadãos, como temos no artigo 5º de nossa Constituição Federal de 1988.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Dia Mundial da Luta contra a Aids


Amanhã teremos mais um Dia da Luta e não poderia deixar passar em branco.
Há cerca de duas semanas completei 4 anos de diagnóstico (estimo ter 4 anos e meio de infecção). O tempo passa. E cada dia tem ao mesmo tempo um sabor de vitória e um sentimento de entardecer de domingo, quando o fim de semana de festa e diversão anuncia seu fim e uma certa melancolia toca o ânimo.
No entanto, a vida tem sido boa, produtiva, divertida e cheia de amizades e afetos verdadeiros. Coisas boas têm acontecido e a saúde vai bem, obrigado. Ser soropositivo não pesa tanto mais e levar uma vida normal me parece cada vez mais possível.

Este foi um ano de algumas conquistas pessoais e profissionais, o que exigiu um bocado de dedicação mas trouxe bons resultados. E como tudo sempre pode melhorar, vale manter o empenho em tornar cada dia uma experiência de muito gozo e expansão.

Algumas novidades no que respeita os avanços nos tratamentos contra o hiv e a aids me deixaram um bocado animado. Eis um resumo:

Researchers hopeful of finding HIV cure
Jan 11, 2010
CHENNAI: Researchers working towards a cure for HIV-AIDS have hit upon
possibilities with true potential to transform into viable solutions in the
future, said Robert T Schooley, head, division of infectious diseases,
University of California, San Diego.

Scientist believe they found a cure for AIDS/HIV
July 4th, 2010
The South Florida Community dispensing care, treatment and prevention
of the AIDS/HIV disease as well as patients got heartening news today as
scientists managed to create cells in mice immune to the virus. If these cells
can be developed in humans, the pathogen would be controllable.


Australian scientists unlock clue to HIV cure
September 21, 2010
AUSTRALIAN scientists have revealed the most complete picture yet
of the way HIV maintains its grip on the body, pointing to new ways to combat
it.
The Melbourne-based research has explained how the virus hides dormant
versions of itself in a reservoir of cells out of the reach of conventional
treatments but still able to "wake up" in the future, posing a major hurdle to
any total cure for HIV.


A Cure for HIV Could Be All in the 'Mix'
Aug. 19, 2010
ScienceDaily — Current HIV treatments do not eradicate HIV from host cells
but rather inhibit virus replication and delay the onset of AIDS. However, a new
research study published in BioMed Central's open access journal, AIDS Research
& Therapy describes an innovative approach to eliminate HIV in host by
targeted killing of only HIV infected cells. This approach if successful could
lead into an anti-HIV therapy that will eradicate the virus.

No que respeita o preconceito e a inclusão de soropositivos, ainda temos um bom caminho a percorrer, mas em meados deste ano foi publicado um dado animador:

Quase 60% dos portadores de HIV em SP têm relacionamento
estável

Quase 60% das pessoas que vivem com HIV possuem relacionamento afetivo estável - a maioria delas com parceiros que não têm o vírus da Aids. Cerca de 75% estão empregados e 68% moram com familiares ou amigos, ou seja, contam com apoio de pessoas próximas. Os dados são de um levantamento feito com 292 pacientes em tratamento na Casa da Aids, do Hospital da Clínicas de São Paulo.
Eliana Gutierrez, diretora da Casa da Aids, diz que "os infectados pelo vírus já se permitem pensar no futuro":
– Os resultados mostram que esses pacientes estão inseridos na sociedade do ponto de vista afetivo e econômico, seja porque dissimulam sua condição ou porque estão sendo aceitos.

Ou seja, com a consolidação dos tratamentos, as campanhas de esclarecimento e educação sobre hiv, aids e soropositividade, as pessoas estão cada vez mais conscientes do que realmente significa conviver com um soropositivo. Ainda assim, muitos preferem manter o sigilo sobre sua condição (meu caso) e evitam divulgá-la amplamente tanto no âmbito familiar como no social e profissional.
Imagine: eu trabalho numa empresa pequena, que nem um departamento de RH tem. Essa informação não ficaria restrita a um profissional específico sujeito ao sigilo de sua posição. Por que eu deveria divulgá-la? Com que finalidade isso poderia me ajudar? Não quero ser visto como algo diferente ou especial, prefiro se tratado como igual. O tratamento diferenciado (tanto positivo como negativo) pode ser muito estigmatizante e causar muito sofrimento.

2010 Também foi o ano em que o site Radar Hiv bombou. Trata-se de um fenômeno: um site de relacionamento para soropositivos, que podem se aproximar virtualmente e até mesmo se conhecer pessoalmente em encontros realizados em várias cidades do país. Isso permite a troca de experiências e a chance de encontrar parceiros em situação semelhante sem ter que passar pelo perrengue de informar a uma paquera de seu status. De quebra, o site traz muitas informações relevantes para os frequentadores inscritos.

O que este ano trouxe de muito negativo foi a confirmação de que os homens que fazem sexo com homens (HSH) ainda são o grupo que expressa o maior número de novos casos. Ou seja, por inúmeras razões, dentre elas o surgimento das terapias antirretrovirais, os HSH estão se expondo muito aos riscos do sexo desprotegido. E as estatísticas apenas confirmam este fato, reforçando o preconceito e a tendência em isolar um grupo nesta pandemia. Enquanto isso, os movimentos pelos direitos de gays lésbicas e simpatizantes ainda lutam pelo direito de doar sangue. Justo. Mas este assunto é demasiado complexo e longe de mim ter a pretensão de resolver esta equação. Para isso, há especialistas no assunto (veja esta reportagem sobre um dos maiores estudiosos do hiv e aids sobre este tema).


Enquanto a cura não vem, cabe a cada um de nós contribuir para o esclarecimento e a educação sobre este assunto:
- a melhor maneira de se proteger da aids é prevenindo-se contra o
hiv;

- o hiv se transmite pelo contato com o sangue, esperma, fluido
vaginal ou leite materno de pessoa portadora do vírus;

- a prevenção requer o uso de preservativos do início ao fim da
relação sexual, bem como não compartilhar seringas;

- ser portador do hiv não é uma maldição, um castigo divino nem uma
sentença de morte;

- o contato social não oferece riscos de contágio;
- o contato íntimo pode ser saudável e não oferece riscos, desde
que se tomem os devidos cuidados;

- apertar a mão, beijar e abraçar um soropositivo não oferecem
riscos de contágio;

- combater a aids não é a mesma coisa que segregar, hostilizar ou
eliminar o portador do hiv;

- os novos tratamentos garantem qualidade de vida ao portador, mas
a melhor forma de se evitar a aids é evitando o contágio pelo
hiv.


Que cada Dia Mundial da Luta contra a Aids seja um passo largo na direção da conscientização e na evolução de nossa luta contra a doença e o preconceito.

domingo, 7 de novembro de 2010

Mais novidades...

Em meio a estatísticas alarmantes e poucas ações afirmativas no combate ao preconceito, há boas notícias como esta a seguir:

4 November 2010

Clue to how some 'control' their HIV without medication


An HIV-infected immune cell


Tiny changes to an "alarm" protein which responds to infections may explain why some with HIV can control their condition without drugs.

Around one in 300 people with HIV are "controllers", and scientists want to replicate how their bodies behave.

Writing in Science, US researchers say differences in five amino acids in a protein called HLA-B are key.

But a UK expert said there was still a "long way" to go before a vaccine or a new drug for HIV could be developed.

HIV "controllers" were first identified almost 20 years ago. They are able to suppress viral replication with their immune system, keeping viral load at extremely low levels, without using anti-retroviral drugs.

It was already known that certain genes involved with the HLA system were important for HIV control. But scientists had not identified which genes were involved or how they acted.

Drag and drop

The researchers carried out a genome-wide association study of the genetic make-up of almost 1,000 controllers and 2,600 people with progressive HIV.

Around 300 points were found to be associated with immune control of HIV, all in regions of chromosome six that code for HLA proteins.

Knowing how an effective immune response against HIV is generated is an important step toward replicating that response with a vaccine”  
Dr Bruce Walker Massachusetts General Hospital

Scientists were then able to pinpoint specific amino acids and identified the five in the HLA-B protein as playing the key role.

HLA-B is part of the process by which the immune system recognises and destroys virus-infected cells.

Part of the protein called a binding pocket "drags and drops" peptides from inside the virus onto the cell membrane.

These then mark out the cell for destruction by CD8 "killer" T cells in the immune system.

All five of the amino acids identified by researchers are in the binding pocket.

Scientists from Massachusetts General Hospital, Massachusetts Institute of Technology and Harvard University carried out the work.

Bruce Walker of the Ragon Institute at Massachusetts General Hospital, one of the lead authors of the paper, said: "We found that, of the 3bn nucleotides in the human genome, just a handful make the difference between those who can stay healthy in spite of HIV infection and those who, without treatment, will develop Aids.

"Knowing how an effective immune response against HIV is generated is an important step toward replicating that response with a vaccine.

"We have a long way to go before translating this into a treatment for infected patients and a vaccine to prevent infection, but we are an important step closer."

Gus Cairns, editor of HIV Treatment Update of the UK's National Aids Manual, said: "As the researchers say, this research opens the door to the development of a vaccine that could encourage the body to mimic the most effective kind of immune response, or to drugs that could interfere with HIV's ability to infect cells and derange the immune system.

"Nonetheless there is still a lot we don't know about why some genetic variants provide a much less welcoming environment for HIV than others and, although we are becoming clearer about what kinds of specific immune response are effective against HIV, we are a long way from being able to make them happen, or even knowing what we must do to make them happen."

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A vez de cada um agir

Todo dia é dia de conscientizar-se.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Esse realmente parece promissor

Israeli researchers develop promising new HIV treatment

Israeli researchers develop promising new HIV treatment

JERUSALEM (AFP) - – Israeli researchers have developed a new treatment for HIV that kills human cells infected with the virus and could lead to a breakthrough in treating AIDS, the Haaretz newspaper said on Friday.

Whereas current treatments focus on inhibiting the replication of the HIV virus, the new treatment destroys infected cells without damaging healthy ones, the newspaper said.

The process makes use of peptides, or short protein segments, which vastly increase the replications of the virus once it enters a cell, causing the cell's self-destruction, Haaretz said, citing one of the researchers.

"The usual medications kill the virus that has entered the body during infection and the (peptide) treatment allows cells infected with the genetic load of the virus to be killed," Abraham Loyter, who carried out the study, was quoted as saying.

The study was published in the peer-reviewed British journal "AIDS Research and Therapy" in August and was co-authored by Loyter, Aviad Levin, Zvi Hayouka, and Assaf Friedler.

The researchers could not be reached on Friday, a day off in Israel.

They have registered an Israeli patent but the treatment must still be tested on animals and humans, Haaretz said.

Around 33.4 million people suffer from the human immunodeficiency virus (HIV) which causes AIDS. The vast majority, more than 30 million, live in low and middle-income countries, according to the World Health Organisation.