segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

World Aids Day


Um bom tempo sem postar nada aqui, mas tenho tentado organizar a vida dentro e fora. Muitas coisas aconteceram ao longo deste período, como a incrível notícia de cura de um norte-americano que recebeu um transplante de medula de um doador Delta 32, além de um novo tratamento que está sendo desenolvido utilizando «células assassinas»... o nome pirotécnico, quase hollywoodiano, revela o caráter belicoso dessa estratégia.


De resto, novas e velhas discussões sobre perspectivas de controle da pandemia no mundo todo e a grande importância de se fazer testes de hiv em massa, o impacto das ações contra o hiv e a aids no mundo e principalmente na África e a real importância das mesmas em comparação com outras questões tais como Malária, diarréia infantil etc., o aumento de infecções entre pessoas acima dos 50 anos, o aumento da sobrevida dos hiv+ na região Sudeste, nova campanha do Ministério da Saúde para o público na casa dos «enta», enfim, um tema que vem se mantendo em destaque nas manchetes do mundo todo.

Hoje, como o 20º World Aids Day, não poderia deixar de expressar a dor e as esperanças do que significa conviver com o hiv e os desafios de superar os medos e estigmas intrínsecos a esta condição. Há algumas semanas venho tentando autorização do meu plano de saúde para fazer um mero exame de contagem de CD4 sem muito sucesso, sempre enfrentando a burocracia idiota dos laboratórios e do próprio convênio que expõem os usuários a constrangimentos desnecessários. Mas também sei que meu drama não se compara em nada aos famintos e desamparados do mundo inteiro que sofrem com a miséria material e humana em todos os níveis, enfrentando a violência de uma realidade que não encontra limites para infligir tanta dor e sofrimento a milhões de pessoas. Se estou brigando com meu plano de saúde, eu tenho ao menos pelo que brigar e total condição de enfrentar este desafio, o que já é um privilégio.

Portanto, neste dia em que o mundo inteiro se mobiliza para refletir e discutir os caminhos a serem tomados no combate ao hiv e à discriminação dos hiv+, desejo que este seja um problema cada vez menor na cabeça, no corpo e na vida das pessoas -- e que a ciência consiga desenvolver terapias e recursos de prevenção que minimizem ainda mais os riscos e o sofrimento dos que convivem com este problema, direta ou indiretamente.


Deixo aqui um abraço especial ao meu amigo Taner Waterfall do blog EU e o HIV:Vivendo um Dia Após o Outro... que eu leio assiduamente e por quem cultivo grande carinho e admiração. A luta é minha, dele e de todos os que convivem com o hiv e de todos os que se importam.

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