Hoje eu tava falando com meu ex, com quem convivi durante 10 anos. Ele falou algo que foi doloroso para ele após nossa separação e eu meio que me senti culpado pela escolha de ter me separado dele, como se eu fosse responsável por seu sofrimento. Por outro lado, sempre me reporto a escolhas feitas antes da minha soroconversão para ver onde errei. Quanta culpa carregamos na vida!
Conversamos longamente sobre nosso processo de separação, encontros e desencontros. Mas o que foi mais esclarecedor mesmo, ao menos para mim, foi como fiz escolhas na vida das quais de alguma forma me arrependo hoje -- ou simplesmente não compreendo porque fiz tais escolhas e escolheria diferente se pudesse voltar atrás E teria escrito a história da minha vida de outra forma, o que logicamente excluiria o hiv da minha vida.
Bom, ficou claro como me sinto culpado por ter me separado dele daquela forma e por toda a dor que causei. Mas também me sinto culpado por ter me infectado e como uma simples escolha teria evitado isso tudo.
No restrito mundo de nossas carências, vivemos em função de necessidades muito básicas: carinho, amor, atenção, afeto, poder etc. À medida que amadurecemos, essas necessidades mudam de cor, nome e forma, mas continuam sendo necessidades muito básicas. Não vamos além dessas necessidades, apenas sofisticamos a maneira como as expressamos e apresentamos. E o ego tem um papel crucial na busca da satisfação dessas necessidades básicas. Damos nomes elaborados a coisas simples, vemos um castelo onde há uma barraca de campanha. Chamamos de amor o que não passa de um band-aid. E nos satisfazemos com o que atende superficialmente nossos sentidos e nossas expectativas mais imediatas.
E as sequelas são igualmente equivocadas: uma desilusão "amorosa" não passa de uma chupeta que pacifica desejos sem preencher os anseios da alma, uma frustração não passa de um pequeno desafio ao nosso ego em busca de auto-afirmação.
Dimensionar o que é realmente importante é muito difícil. Fazer escolhas conscientes e arcar com as consequências das mesmas é mais difícil ainda. Aceitar o impacto dessas escolhas é quase impossível quando isso se traduz num novo modo de se viver, relacionar e poder fazer novas escolhas.
Tudo na vida traz um aprendizado. Os relacionamentos são o laboratório mais importante de que dispomos. O hiv é um dos resultados mais difíceis de se lidar e superar.
Fazemos escolhas; deveríamos arcar com as consequências. O difícil é ir além disso tudo e ver que escolhas são feitas através de nós, que cada desvio em nosso caminho, cada desafio inesperado não é um castigo ou uma reprimenda divina ao nosso comportamento, mas apenas um pequeno nó a ser desfeito conscientemente -- independente das consequências que ele possa ter.
Conversamos longamente sobre nosso processo de separação, encontros e desencontros. Mas o que foi mais esclarecedor mesmo, ao menos para mim, foi como fiz escolhas na vida das quais de alguma forma me arrependo hoje -- ou simplesmente não compreendo porque fiz tais escolhas e escolheria diferente se pudesse voltar atrás E teria escrito a história da minha vida de outra forma, o que logicamente excluiria o hiv da minha vida.
Bom, ficou claro como me sinto culpado por ter me separado dele daquela forma e por toda a dor que causei. Mas também me sinto culpado por ter me infectado e como uma simples escolha teria evitado isso tudo.
No restrito mundo de nossas carências, vivemos em função de necessidades muito básicas: carinho, amor, atenção, afeto, poder etc. À medida que amadurecemos, essas necessidades mudam de cor, nome e forma, mas continuam sendo necessidades muito básicas. Não vamos além dessas necessidades, apenas sofisticamos a maneira como as expressamos e apresentamos. E o ego tem um papel crucial na busca da satisfação dessas necessidades básicas. Damos nomes elaborados a coisas simples, vemos um castelo onde há uma barraca de campanha. Chamamos de amor o que não passa de um band-aid. E nos satisfazemos com o que atende superficialmente nossos sentidos e nossas expectativas mais imediatas.
E as sequelas são igualmente equivocadas: uma desilusão "amorosa" não passa de uma chupeta que pacifica desejos sem preencher os anseios da alma, uma frustração não passa de um pequeno desafio ao nosso ego em busca de auto-afirmação.
Dimensionar o que é realmente importante é muito difícil. Fazer escolhas conscientes e arcar com as consequências das mesmas é mais difícil ainda. Aceitar o impacto dessas escolhas é quase impossível quando isso se traduz num novo modo de se viver, relacionar e poder fazer novas escolhas.
Tudo na vida traz um aprendizado. Os relacionamentos são o laboratório mais importante de que dispomos. O hiv é um dos resultados mais difíceis de se lidar e superar.
Fazemos escolhas; deveríamos arcar com as consequências. O difícil é ir além disso tudo e ver que escolhas são feitas através de nós, que cada desvio em nosso caminho, cada desafio inesperado não é um castigo ou uma reprimenda divina ao nosso comportamento, mas apenas um pequeno nó a ser desfeito conscientemente -- independente das consequências que ele possa ter.
Choice is the essence of what I believe it is to be human.
Liv Ullmann