terça-feira, 16 de dezembro de 2008

reality shock

Recebi uma proposta para trabalhar no exterior. Não seria transferido pela minha empresa, seria uma contratação local com todos os procedimentos imigratórios de praxe.

Depois do susto inicial, o susto da perspectiva de ir para tão longe. Em seguida, a empolgação: uma experiência incrível num país totalmente diferente de tudo que eu já vi, um mega plus no meu currículo, uma possibilidade de abrir novas portas internacionalmente.

Daí, o choque: o certificado de saúde. Os sites de informação sobre o assunto afirmam que o hiv é motivo para recusa de visto e deportação.

Choque de realidade, essa que está comigo, a minha volta e dentro de mim. Esta realidade que afasta pessoas, me separa dos demais e me coloca na classe inominada dos excluídos das possibilidades que as pessoas podem ter. E do poder de escolha de qual caminho seguir.

Uma regra recente do governo daquele país ainda afirma que o hiv não pode ser mais motivo de recusa de visto de trabalho e residência, mas a teoria não necessariamente caminha de mãos dadas com a prática. E não sou eu quem vai atestar isso pessoalmente e correr o risco de sofrer na pele a recusa de um visto e encarar a possibilidade de uma deportação.

Então ficamos assim; "obrigado pelo convite, mas não posso aceitar."

E a vida continua.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Love is positive

Uma matéria interessante sobre casais sorodiscordantes e preconceito: 'Positive' love runs into negative tide (Jamaica Gleaner News)

Dicas interessantes para lidar com a situação:
  • Get to know the person who you are interested in dating. If you are considering dating someone living with HIV, you should take the time to really get to know that person and find out about his/her interests, likes, dislikes and goals. It is important to build a strong friendship with that person before rushing into a serious relationship with him. Also, make sure that you do not engage in any type of sexual activities at the beginning of the relationship.
  • Take time out of your schedule to learn about HIV. You can find information on the Internet, visit a library for books and materials, or stop by a local health centre to pick up brochures and handouts about HIV. This can help you better understand the virus before developing a close or intimate relationship with someone who has HIV.
  • Talk with your potential partner about his/her HIV status. Find out more about his/her illness, such as how often he/she visits the doctor, the medication he/she is taking, side effects experienced from the medicine, current viral load and white blood cell count. This can give you some insight on the severity of your partner's illness, daily schedule and what might be expected from you, as a partner.
  • Discuss your future relationship and be honest about your concerns. If you decide to date someone with HIV, it is important to discuss your feelings and concerns with that person. Determine the type of relationship you want to have (such as casual dating, an intimate relationship or something long-term with the possibility of marriage) and make sure the other person wants the same thing.
  • Use protection when engaging in sexual activities. HIV is transmitted through infected blood, semen and vaginal secretions, so it is important to protect yourself if you do participate in any type of sexual activity with an infected person (such as vaginal, anal or oral sex). Be sure to use a latex condom each time you have sex with someone who has HIV.
  • Know your HIV status. If you are involved with someone who has HIV, you should get tested for the virus at least once every six months.
  • Provide emotional support to your partner. Let your partner know that you are there for him/her and encourage your partner to open up and talk to you. Also, be sure to accompany your partner on doctor visits whenever you can. This shows your partner that you really do care and that you are concerned about his/her health.

World Aids Day


Um bom tempo sem postar nada aqui, mas tenho tentado organizar a vida dentro e fora. Muitas coisas aconteceram ao longo deste período, como a incrível notícia de cura de um norte-americano que recebeu um transplante de medula de um doador Delta 32, além de um novo tratamento que está sendo desenolvido utilizando «células assassinas»... o nome pirotécnico, quase hollywoodiano, revela o caráter belicoso dessa estratégia.


De resto, novas e velhas discussões sobre perspectivas de controle da pandemia no mundo todo e a grande importância de se fazer testes de hiv em massa, o impacto das ações contra o hiv e a aids no mundo e principalmente na África e a real importância das mesmas em comparação com outras questões tais como Malária, diarréia infantil etc., o aumento de infecções entre pessoas acima dos 50 anos, o aumento da sobrevida dos hiv+ na região Sudeste, nova campanha do Ministério da Saúde para o público na casa dos «enta», enfim, um tema que vem se mantendo em destaque nas manchetes do mundo todo.

Hoje, como o 20º World Aids Day, não poderia deixar de expressar a dor e as esperanças do que significa conviver com o hiv e os desafios de superar os medos e estigmas intrínsecos a esta condição. Há algumas semanas venho tentando autorização do meu plano de saúde para fazer um mero exame de contagem de CD4 sem muito sucesso, sempre enfrentando a burocracia idiota dos laboratórios e do próprio convênio que expõem os usuários a constrangimentos desnecessários. Mas também sei que meu drama não se compara em nada aos famintos e desamparados do mundo inteiro que sofrem com a miséria material e humana em todos os níveis, enfrentando a violência de uma realidade que não encontra limites para infligir tanta dor e sofrimento a milhões de pessoas. Se estou brigando com meu plano de saúde, eu tenho ao menos pelo que brigar e total condição de enfrentar este desafio, o que já é um privilégio.

Portanto, neste dia em que o mundo inteiro se mobiliza para refletir e discutir os caminhos a serem tomados no combate ao hiv e à discriminação dos hiv+, desejo que este seja um problema cada vez menor na cabeça, no corpo e na vida das pessoas -- e que a ciência consiga desenvolver terapias e recursos de prevenção que minimizem ainda mais os riscos e o sofrimento dos que convivem com este problema, direta ou indiretamente.


Deixo aqui um abraço especial ao meu amigo Taner Waterfall do blog EU e o HIV:Vivendo um Dia Após o Outro... que eu leio assiduamente e por quem cultivo grande carinho e admiração. A luta é minha, dele e de todos os que convivem com o hiv e de todos os que se importam.